Wednesday, May 06, 2009

TEORIA MACROECONÔMICA E CONTAS NACIONAIS



Objetivos da Teoria Macroeconômica: O objetivo fundamental da macroeconomia é determinar os fatores que influenciam o nível da renda e do produto do sistema econômico.

Medição-Como medir a produção do sistema econômico?

1. Como eficiência e racionalidade são metas do setor produtivo se procura a maximização da produção de uma certa quantidade de fatores empregados. Daí a necessidade dos registros da atividade econômica, considerada no seu conjunto para permitir este tipo de análise.
2. Depois da crise econômica da Grande Depressão de 1929 e o notável aumento do desemprego se fez cada vez maior a presença do Estado como regulador das atividades econômicas Como conseqüência os economistas sentiram a necessidade de criar meios que lhes permitissem medir e avaliar as atividades econômicas da sociedade. Desta necessidade, que é fruto da revolução Keynessiana, surgiu a contabilidade social ou contabilidade nacional, que nos dá em termos quantitativos, o desempenho global da economia.

A contabilidade nacional está inserida na moderna macroeconomia e exige que:

1. Temos que estabelecer um período de tempo para medir o total da produção, em geral, o ano civil (01/jan./20XX a 31/dez./20xx);
2. Adotar uma unidade de medida comum a todos os bens e serviços, dada a heterogeneidade dos bens e serviços. A única maneira que os economistas encontraram para somar, agregar, a totalidade dos bens e serviços produzidos, em uma unidade comum foi medi-los em termos monetários, ou seja, pelo seu preço.


Definidos o tempo e a unidade de medida há, duas óticas pelas quais podemos medir a atividade econômica: a ótica do produto e a ótica da renda

Ótica do produto: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços destinados ao consumo final produzidos em um determinado período de tempo.

Ótica da renda: é a soma da remuneração paga aos fatores de produção (Salários, lucros, rendas, Alugais) durante o processo produtivo.

O produto de uma economia é expresso em termos monetários, é o resultado da multiplicação da quantidade de bens e serviços pelos respectivos preços. Ou seja, o produto é o total das vendas em num determinado período de tempo mais os estoques avaliados a preço de mercado.
As vendas correspondem à receita dos empresários, os quais combinam os fatores de produção para produzir bens e serviços. O resultado das vendas é a receita obtida por eles, os quais remuneram os fatores de produção empregados: salários para os trabalhadores, juros para o capital, aluguéis para os proprietários e lucro para eles mesmos. Então as receitas se esgotam na remuneração dos fatores produtivos, incluso o lucro. Assim o total de pagamentos feitos aos fatores de produção e de renda é a identidade fundamental da teoria macroeconômica: a Renda é igual ao Produto.

Vamos ao seguinte exemplo para 2008:
Produto Renda
Alimentos Salários
Roupas Aluguéis
Moradia Juros
Transportes Lucros
Saúde
etc
R$ 1,9 Trilhão = R$ 1,9 Trilhão

Portanto os dois termos podem ser empregados (produto e renda para determinar o resultado da atividade econômica em uma coletividade). E se define o conceito da Contabilidade Nacional como um método de mensuração e interpretação da atividade econômica. Seu principal objetivo é medir a produção realizada em um sistema econômico dentro de um período de tempo.

Estes são alguns conceitos sobre os agregados macroeconômicos.

Produto Nacional é o valor monetário de todos os bens e serviços finais na economia produzidos em um período de tempo, (um ano). E a Renda Nacional é o total de pagamentos feitos aos fatores de produção que foram utilizados para a produção desse produto.

Outros agregados macroeconômicos:

Além da Renda Nacional e do Produto Nacional são muito utilizados o Produto Nacional Bruto - PNB. A diferença entre PNB e Produto Nacional Líquido – PNL é a depreciação das máquinas e equipamentos utilizados durante o processo de produção os quais vão sendo desgastados no durante o período em análise (um ano), portanto é preciso repor a parte desgastada. Logo o PNB = PNL + Depreciação.

PRODUTO NACIONAL: É o valor em R$ (ou em qualquer outra unidade monetária, como o US$) dos bens e serviços finais produzidos durante um ano.

PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais.
PRODUTO INTERNO BRUTO a custos de fatores - (PIBcf): é a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais, subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios.
PRODUTO INTERNO BRUTO a preços de mercado - (PIBpm): é a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais, computando-se os impostos indiretos e subtraindo-se os subsídios
PRODUTO INTERNO LÍQUIDO: é o Produto Bruto a custo de fatores menos a parcela correspondente à depreciação.
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO: é o Produto Interno Líquido a custo de fatores menos a renda enviada ao exterior. Também denominado Renda Nacional Líquida.
PRODUTO: é a soma dos valores monetários de todos os bens e serviços finais produzidos por um país num determinado período de tempo.
RENDA PER CAPITA: é a renda de um país, por um período de tempo, dividida pelo número de habitantes do país.
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL: é a Renda Pessoal menos os impostos diretos pagos pelas pessoas, ou seja, o imposto de renda.
RENDA PESSOAL: é a Renda Nacional menos os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das empresas (imposto de renda) e as contribuições feitas à previdência social, mais as transferências do governo, ou seja, as despesas com inativos, pensionistas, salário-família e outros benefícios pagos pela previdência social mais os juros pagos.
RENDA: é a soma das remunerações feitas aos fatores da produção empregados no processo produtivo durante um determinado período de tempo, ou seja, é o total dos salários, aluguéis, juros e lucros.

Composição do Sistema Econômico.

No sistema econômico existe um diversificado número de unidades de produção, cada uma delas organizando os fatores de produção, por meio de uma função de produção, para obter determinados bens e serviços. E são classificadas de acordo com as características fundamentais de sua produção. São três setores básicos que compõem o sistema econômico:

· Setor primário: Constituído pelas unidades que se utilizam diretamente dos recursos naturais e não efetuam transformações substancias. Como por exemplo, citamos: Setor agrícola, pecuária, extrativismo: mineral, animal e vegetal.
· Setor secundário: Indústria, setor no qual os bens são transformados. Este setor é caracterizado pelo uso intenso de capital, máquinas e equipamentos.
· Setor terciário: São os serviços, também chamado de setor dos invisíveis por se caracterizar pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto. Só podem ser utilizados durante sua realização. São unidades produtoras que prestam serviços, como bancos, escolas, comércio etc.


SISTEMAS DE CONTABILIDADE SOCIAL: CONTAS NACIONAIS NO BRASIL

Os sistemas de CNA (ou Contabilidade social) têm sido desenvolvidos, principalmente, depois dos anos 40. Os dois principais sistemas são: Sistemas de Contas Nacionais, desenvolvido por Richard Stone - adotado pela ONU - e a Matriz Insumo-Produto, desenvolvido por Wassily W. Leontief. Sistemas de Contas Nacionais (Sistema ONU): tem como base quatro contas, relativas à produção, apropriação (ou utilização da renda), acumulação (ou formação de capital) dos agentes econômicos (famílias, empresas, setor público e setor externo). Foi criado pelo inglês Richard Stone.
· Conta PIB - Produto Interno Bruto (produção);
· Conta RNDL - Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação);
· Conta Capital (acumulação);
· Conta Transações Correntes com o resto do mundo.
Os lançamentos das transações são efetuados tomando como base o método das partidas dobradas, sem a contrapartida "Caixa".

Como complemento, apresenta-se também a Conta Corrente das Administrações Públicas. Esta conta discrimina um pouco mais as Contas do Governo. Inclui-se aí os Impostos Diretos, contribuições previdenciárias etc., não tem contrapartida com as demais contas do SNA - Sistema de Contas Nacionais.


As quatro contas básicas.

a) Conta PIB - Produto Interno Bruto
(transações das unidades produtoras)

DÉBITOS CRÉDITOS
- Pagamentos das empresas aos fatores de produção. - O que as empresas receberam dos setores que
Temos Renda Interna Bruta a custo de fatores RIBcf adquiriram os bens e serviços finais. Aqui sai
Incluindo impostos indiretos menos subsídios, temos Aqui sai a Despesa Interna Bruta, a preços
O PIBpm de mercado (DIB)pm
DIB = C + I + G + X - M
_________________________________________________________________________________________
PRODUTO INTERNO BRUTO DISPENDÊNDIO COM O PIB


b) Conta Renda Nacional Disponível Líquido
( Transições das famílias e governo, como apropriadores de renda)

DÉBITOS CRÉDITOS
- Como famílias e Governo utilizam a renda recebida.. - Rendas recebidas pelas famílias e pelo Governo (RIB)cf
Parte gasta (C.G), e parte poupada (S) mais o resultado líquido da renda e transferências com
Incluindo impostos indiretos menos subsídios, temos o exterior. A depreciação entra deste lado e sai com o si-
negativo. Tem-se então a renda disponível, pelo lado de
como ela foi gerada.
- SALDO: POUPANÇA INTERNA
_________________________________________________________________________________________
UTILIZAÇÃO DA RN DISPONÍVEL LÍQUIDA UTILIZAÇÃO DA RN DISPONÍVEL LÍQUIDA


c) Conta Transações Correntes com o resto do mundo

DÉBITOS CRÉDITOS
- gastos dos estrangeiros com nossos produtos e servi- - nossas compras de bens e serviços ( Importações CIF)
ços (Exportação CIF)

- rendimentos e transferências recebidos do resto do - pagamentos e transferências pagas aos estrangeiros (ren-
mundo (renda recebida do exterior mais donativos) da enviada ao exterior mais donativos)

- SALDO: POUPANÇA EXTERNA
_____________________________________________________________________
UTILIZAÇÃO DE RENDIMENTOS CORRENTES RECEBIMENTOS CORRENTES


d) Conta Capital

DÉBITOS CRÉDITOS
- gastos com formação de capital (depreciação entra - fontes de recursos = poupança dos quatro agentes ( famí-
deste lado, com sinal negativo) lias, Governo, empresas e setor externo). É o saldo das
Tem-se aqui então o investimento líquido contas anteriores.
______________________________________________________________________
TOTAL DA FORMAÇÃO DE CAPITAL FINANCIAMENTO DA FORMAÇÃO DE CAPITAL

Fonte: uni.educacional.com.br

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