Wednesday, May 06, 2009

AGREGADOS MACROECÔNOMICOS




Conceito e Cálculo dos Agregados Macroeconômicos

A expressão agregados macroeconômicos é empregada para designar os resultados da mensuração da atividade econômica. A referência básica é a soma de todas as transações, realizadas por todos os agentes, na totalidade dos mercados. É a dimensão total, o todo, não as partes isoladamente consideradas.

Conceitos básicos: o valor adicionado, renda e dispêndio: A multiplicidade de transações que compõe a vida econômica, a diversidades de agentes e envolvidos e as diferentes categorias de fluxos resultantes exigiriam esforços de classificação e de sistematização, bem como de uniformização de bases conceituais. A classificação dos agentes econômicos em unidades familiares, empresas e governo resultou destes trabalhos de sistematização. Também resultou deles a compreensão da interdependência dos fluxos de produção, de geração de renda e de dispêndio, a diferenciação entre consumo e a acumulação, a identificação dos setores e subsetores em que as atividades econômicas podem ser classificadas e a tipificação dos seus resultados. Dos conceitos básicos que resultam desse trabalho sistematizador um dos mais importantes é o de valor adicionado. Esse conceito é um ponto de partida para a descrição e compreensão dos sistemas de cálculo agregativo. Ele tem a ver com uma diferenciação essencial entre os fluxos de produção e o conceito macroeconômico de produto. E é fundamental para contornar um dos problemas cruciais do cálculo macroeconômico, o da dupla contagem dos bens e serviços intermediários, que são utilizados no processo de outros bens e serviços, que por sua vez podem não ter, ainda, a destinação final do consumo e da acumulação. A produção é um fluxo de processamento, em cujas extremidades se encontram suprimentos e saídas. As empresas são os agentes econômicos que realizam esse processamento. Na complexa teia das relações de produção que se estabelece nas modernas economias, não há uma só empresa auto-suficiente. Independentemente das estruturas de mercado de que participa ou das atividades a que se dedica, toda empresa depende de alguma forma de suprimentos, procedente de outras empresas. A empresa k recebe suprimentos de a, b,...,n, sob a forma de bens e serviços de utilização intermediária. Processa insumos recebidos e da saída a produção resultante.Entre os valores das saída e dos suprimentos há uma diferença positiva, que se define como valor adicionado pela empresa. Este valor é o que se considera para o cálculo do produto agregado. Valor adicionado e produtos são, assim, em macroeconomia, conceitos equivalentes. O produto nacional, depurado das transações múltiplas, é a soma dos produtos ou dos valores acionados por cada uma das empresas que compõem o aparelho de produção da economia nacional. Assim, em síntese:

A produção é um fluxo de suprimentos- processamento - saídas.

O valor adicionado é a diferença entre o valor das saídas e o dos suprimentos. Ele corresponde aos custos internos de processamento em que as empresas incorrem, remunerado os fatores de produção por ela mobilizados.

Valor adicionado e produto, sob óptica macroeconômicas são expressões equivalentes.

O produto nacional resulta da soma dos valores adicionados (ou dos produtos) de todas as empresas que compõem o aparelho de produção da economia nacional.

O valor adicionado é diretamente relacionado ao segundo conceito macroeconômico básico: o da renda nacional (ou de remunerações pagas aos fatores de produção mobilizados pelas empresas). A geração do produto nacional ocorre simultaneamente com os pagamentos que totalizam a renda nacional porque produto e custo dos fatores são, também, expressões equivalentes. O processo de produção se divide em três etapas:

Suprimentos: as empresas recebem suprimentos originários de outras empresas, de que são exemplos as matérias-primas, os componentes semi-elaborados, os materiais de embalagem, a energia, os serviços de comunicações e transportes e outras formas características de insumos. Estes suplementos dão origem a transações entre empresas, denominada as transações intermediárias. Empresas pagam a empresas por esses suprimentos. São pagamentos entre pessoas jurídicas, sob a forma de preços e tarifas.

Processamento: todas as empresas mobilizam fatores de produção para o processamento dos insumos adquiridos. Os fatores básicos de produção são o trabalho, o capital e a empreendedorismo. Estes recebem das empresas pagamentos, sob a forma de remunerações, constituídos por salários, aluguéis, arrendamentos, juros e lucros. Além do pagamento das remunerações, as empresas remuneram seus capitais imobilizados próprios por meio de depreciações. Este conjunto de remunerações pagas aos fatores de produção é o valor agregado pelas empresas no processo da produção.

Saídas: definem-se pela produção realizada e vendida. As saídas podem destinar-se de novo para a utilização como insumos ou atender as duas categorias básicas da demanda final, o consumo e a acumulação. Assim, em síntese:

O valor adicionado e remunerações pagas aos fatores de produção são expressões equivalentes.
As remunerações pagas aos fatores de produção são fluxos de renda que saem das empresas e se destinam às unidades familiares.

Renda nacional é a soma das remunerações pagas aos fatores de produção. É uma grande totalização dos custos dos fatores.

Como o valor é adicionado é igual ao produto, que é igual ao custo dos fatores, que por sua vez é igual à renda, podemos então dizer que o produto nacional e a renda nacional são, em termos líquidos, expressões que se equivalem.

Um terceiro conceito básico é o da destinação dada ao produto e a renda nacional. Este enfoque nos conduz ao conceito de dispêndio nacional, completando-se com ele o conjunto dos grandes fluxos macroeconômicos que se derivam da atividade fundamental da produção. As nações produzem bens e serviços que se destinam a duas grandes categorias de dispêndio final - o consumo e a acumulação. Conceitualmente, o consumo associa-se a idéia de destruição da riqueza. Consumir um bem ou serviço final, utilizando-o na satisfação de determinada necessidade, significa destruí-lo, no sentido econômico do termo. A destruição pode ser imediata, ou prolongar-se por dias, semanas ou meses, ou ainda prolongar-se por anos. A acumulação está ligada ao processo de formação de capital, a acepção macroeconômica de investimento e, aos acréscimos líquidos na capacidade nacional de produção. Constituem dispêndios tipificados como de acumulação as edificações, as compras de máquinas e equipamentos. Assim, os bens e serviços produzidos destinam-se a dois tipos de dispêndio: o consumo e a acumulação. A soma do consumo e da acumulação, os investimentos em bens de capital, é igual ao dispêndio nacional. A renda, o produto e o dispêndio nacional são expressões contabilmente equivalentes. São três abordagens diferentes, ou caminhos diferentes de avaliação, que conduzem a mensurações iguais. Para que esta tríplice igualdade se realize, o total dos investimentos em acumulação deve igualar-se ao total da renda poupada, não consumida.

Obs.: O texto acima não é de minha autoria nem sei o autor. Se alguém souber, por favor, me avise para dar o crédito.

1 Comments:

Blogger clarissa said...

Ótima explicação! O conteúdo foi de grande ajuda para meus estudos.

6:48 PM  

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